sábado, 11 de junho de 2011

Partindo do zero

Acordei nessa manhã fria de sábado procurando a pauta ideal que norteasse meus pensamentos e levasse-os a escrever algo interessante. As ideias brotavam aos montes, mas estava difícil conseguir catalogá-las e tomar a melhor decisão. Com tanta coisa na cabeça, decidi parar tudo e começar do zero. “Boa Cris!”, pensei. Nada melhor do que falar da região mais central da cidade: o marco zero.

Ler sobre esse tema e escrever algo a respeito é tarefa fácil, basta querer. Mas, como minha missão nesse blog é aproximar o leitor da sensação de estar vivendo aqui no centro, preferi pegar minha humilde máquina fotográfica digital 9.2 megapixels e convidei minha mãe e meu irmão (grandes companheiros pelas aventuras em SP) para irmos em busca do tal “marco”. Sei que até aqui muitos devem estar achando que falo grego ou mesmo não sou didático o bastante para explicar, afinal, o que é o marco zero. Especialmente a esses me dirijo nesse momento para avisar que a descoberta se aproxima.

A grandeza do centro de São Paulo muitas vezes confunde a quem pretende mapeá-lo ou saber onde ele começa e termina. Denominações como centro “Velho” e “Novo”, ou mesmo “Centro Expandido”, acabam dificultando na hora de definir onde realmente fica o centro da cidade. A base para a numeração de casas, quilometragem de rodovias e referências para a aviação e para o transporte ferroviário dependem de um ponto central, onde as medições tem início. É aí que nasce a importância do Marco Zero, um monumento instalado desde 1934 em frente à Catedral da Sé, na praça de mesmo nome, sendo considerado até hoje o centro absoluto da cidade de São Paulo.

Após uma boa caminhada, chegamos à Praça da Sé e nosso primeiro desafio foi conseguir chegar perto do que lembra um totem de pouco mais de 1 metro de altura, protegido por uma barreira de turistas sedentos por tocar, fotografar ou simplesmente admirar o monumento que chega a parecer ponto de peregrinação religiosa. Na forma de um prisma hexagonal revestido por mármore, o marco zero possui uma placa de bronze com o mapa das estradas que partem de SP a outros estados. Além disso, em cada um dos seus lados, há figuras representando cada um desses estados, como uma araucária no caso do Paraná e o Pão-de-Açúcar para o Rio de Janeiro. Aguardei pacientemente durante 10 minutos até que, por um raro e breve momento, todos desapareceram e o marco era só meu:

  



Diversas imagens do Marco Zero, na Praça da Sé, centro de São Paulo (Fotos: Cristiano Santos) 
Para conhecer mais informações históricas sobre o monumento do marco zero, ou mesmo para entender de que forma eram feitas as medições oficiais antes dele ser instalado em 1934 na Sé, recomendo esse link da prefeitura de SP, que foi uma de minhas fontes: http://acessa.me/e6yb

Sei que falar do marco zero e não falar da Praça da Sé, ou mesmo da catedral tão impressionante que fica ali, é praticamente impossível. Porém, aguardem, pois farei uma postagem exclusiva sobre isso.

PS: Não poderia encerrar sem comentar sobre um fato inusitado que aconteceu durante a sessão de fotos: eu e meu irmão escolhíamos o melhor ângulo para registrar algumas imagens da Catedral da Sé quando vimos alguns jovens vestindo um colete azul (provavelmente de algum serviço social da prefeitura) oferecendo pão e café para alguns moradores de rua que estavam sentados em volta do chafariz da praça. Minha mãe sentou próxima a eles e ficou nos esperando. Quando terminamos, fomos ao encontro dela e, ao a chamarmos para ir embora, ela protestou com certa decepção:

“Bem agora que eu também ia comer um pãozinho e tomar um café! Vocês também hein?”


São histórias do centro de São Paulo. Só vivendo aqui para entender.

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